sábado, 18 de agosto de 2012

Levo 100 amigos


A comunidade de manos em Portugal é cada vez maior, facto que contraria todas as probabilidades da reprodução! Desde a minha infância que convivo paredes meias com o underground da sociedade, não fosse eu viver no temível Gueto do Caracol desde os 6 anos. Ratos e Piricatos fazem parte da lista de nomes dos quais não tenho quaisquer saudades nem boas recordações (aliás, só más!). Mas estes eram apenas uns gunas que p’raí andavam a roubar relógios e walkman’s aos betos da Alameda (ainda não havia telemóveis nem leitores de mp3 nem i-pads nem tabletes de chocolate com Android). Lembro-me que bicharada desta, tal como hoje ainda se vê, eram facilmente identificáveis, a milhas de distância, pelos grunhidos emitidos de uma boca sem dentes à frente. Mas a raça suprema eram os Ciganos (também conhecidos como Lelos, Lelos-Caganos, Caganos, Caganage, etc). Estes eram os heróis do bairro e todo o guna queria ter um primo Cigano. Insistiam em teorias da perseguição de primos e aproveitavam essa sinapse para gerarem conflitos. Os que não conseguiam ter um primo Cigano arranjavam um cão, muitas vezes um rançoso sem um olho ou com o rabo escanado ou então coxo. Entretanto, esta comunidade evoluiu, para pior claro, e começaram-se a misturar conceitos como os Cigunas (arraçados de Ciganos e Gunas), ou os Ganzins (Gandins ganzados com a pior ganza do mercado). Todos eles têm uma particularidade: são extremamente territoriais. Bisgam p’ró chão para marcar o seu território e, à semelhança dos animais selvagens, reclamam qualquer ato de violência ou desacato nestas áreas. Andam em alcateias de milhares de indivíduos nas quais a mulher não tem lugar. Aliás eles nem sequer sabem o que isso é, pois geralmente, um elemento do grupo com mamas grande, ou é uma sopeira ou uma vaca ou então um gajo que engoliu um balde de Mega Mass. De primos, rapidamente passaram a irmãos, altamente influenciados por gangsters afro-americanos com a célebre expressão “Yo! Uata sapo brou?”. Recentemente, descobri um hino de tributo à Manaria, intitulado “100 Amigos” (devia chamar-se 100 Manos!) interpretado por uma das mais desconhecidas bandas de música Portuguesas: Tiros, Bombas e Socos nas Trombas. Se pudesse, encaixilhava este retrato sonoro: http://www.myspace.com/music/player?sid=35604976&ac=now  

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