Agenda Cultural do Porto
A entidade responsável pela gestão da Agenda Cultural do
Porto está, ultimamente, a omitir eventos de carácter e-cultural: as manifestações
intituladas “Que se lixe a Troika”. Segundo os iluminados, estas manifestações
são consideradas manifestações culturais. Ora, se alguém as intitula
manifestações culturais, das duas uma: Ou a entidade responsável pela
atribuição da denominação “cultural” a um determinado evento está equivocada,
ou então os incitadores de tais manifestações não passam de uns pobres coitados
que vivem apenas no mundo virtual (entenda-se Facebook) e que como não podem
usufruir de qualquer evento cultural on-line sentem necessidade de sair à rua
de vez em quando. Portanto, existem aqui dois problemas. A Agenda Cultural do
Porto devia incluir estes eventos culturais nas suas divulgações. Não têm
trabalho nenhum porque estas manifestações são todas iguais: são ao sábado à
tarde, partem da batalha e juntam os enrascados com os bichos-do-mato que vivem
nas tocas do Facebook rodeados, virtualmente, de amigos fictícios, alguns dos
quais inimigos na vida real. A segunda parte do problema está relacionada com o
tema/título de tal atividade cultural. Para debater este tema deixo aqui uma pergunta
simples de um gajo do Porto, culturalmente falando: Acham que vão a algum lado
com uma manifestação intitulada “Que se lixe a Troika”? Para mim, e para
qualquer portuense que se preze, como homem honrado do norte, a manifestação
devia intitular-se, no mínimo, por “Que se foda a Troika” ou, numa versão mais
bairrista, “Que se foda a puta da Troika! Vão p’ró caralho seus cabrões de
merda”. Isto sim é um bom título que, só por si, demonstra bem a revolta de um
portuense de gema. Ora, sendo os organizadores bichos-do-mato do submundo
virtual, é normal que não conheçam a cultura portuense nem tão pouco a
realidade nacional. São estes que reclamam no mundo virtual e fazem e acontecem
mas, curiosamente, não se dão ao trabalho de ir às urnas na hora das eleições.
Talvez as estatísticas melhorassem se as eleições fossem ao sábado à tarde na batalha.
Já agora, porquê que chamam a isto manifestação? Sabem o que significa a
palavra manifestação? Alguma vez viram ou presenciaram alguma manifestação de
comemoração do 25 de Abril ou do 1º de Maio no início doa anos 80?
Provavelmente não. Senão sabiam que não deviam chamar a isto manifestações. É
um insulto que está ao nível da ofensa às alheiras: alheiras de bacalhau,
alheiras de tofu, etc. Alheira é de carne e mais nada. Inventem outro nome p’rás
coisas…
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